sexta-feira, abril 27, 2007

Maio - Agosto meses de loucura


Como já referi anteriormente, preparo-me para marcar presença em 2 espectáculos nos quais deposito grandes expectativas...no entanto, como se avizinham os loucos meses de concertos no nosso rectângulo, vou postar aqueles que espero mesmo não perder...este país de 8 ou 80...agora talvez pense que exista oferta em demasia...enfim...cá vai:

28 Abril Leiria - Die Form (não vou, mas posto mesmo só por pena de não poder ir)
19 Maio Portalegre - Mão Morta
26 Maio Espaço Celeiros, Évora - U-Clic
9 Junho Alive - White Stripes (em negociação no núcleo duro)
3 Julho SBSR - Arcade Fire + Bloc Party + Klaxons + The Magic Numbers
4 Julho SBSR - The Jesus and Mary Chain + LCD Soundsystem + Maxïmo Park + The Rapture + Clap Your Hands Say Yeah + Linda Martini + Mundo Cão
5 Julho SBSR - Interpol + TV On The Radio + The Gossip + Micro Audio Waves
7 Julho Portalegre - Lydia Lunch
14 Agosto Paredes de Coura - Gogol Bordello
15 Agosto paredes de Coura - Sonic Youth

Espero poder ir a PdC, mas este ano surgiram umas novas aventuras para o mês de Agosto....pelo menos SY, a ver se chegava a tempo de me babar perante SÓ, uma das minhas bandas preferidas...não se pode ter tudo
2 Agosto Sudoeste - The Noisettes (é uma pena estarem onde estão, pois este festival de há uns anos pra cá deixou de fazer parte das minhas rotas veraneantes...azar...para eles:) )

Brevemente esta pequena lista irá ficar desactualizada com as novas propostas para PdC, mas por agora são estes os concertos que espero ver.

Lado B de volta ao activo

Regresso após um breve descanso...por agora o formato vai ser o mesmo, as minhas novidades, as descobertas, os concertos, o antecipar, enfim...a sonoridade...esta velha mania que não descola de mim.
Para começar nada melhor que centrar-me aqui bem perto em 2 espectáculos que espero dizer SIM de presente:

Portalegre - 19 Maio

Mão Morta :: Os Cantos de Maldoror

A partir de “Os Cantos de Maldoror”, a obra-prima literária que Isidore Ducasse, sob o pseudónimo de Conde de Lautréamont, deu à estampa nos finais do séc. XIX, os Mão Morta, com os dedos de alguns cúmplices, estruturaram um espectáculo singular onde a música brinca com o teatro, o vídeo e a declamação.

Aí se sucedem as vozes do herói Maldoror e do narrador Lautréamont, algumas imagens privilegiadas das muitas que povoam o livro, sem necessidade de um epílogo ou de uma linearidade narrativa, ao ritmo da fantasia infantil – o palco é o quarto de brinquedos, o espaço onde a criança brinca, onde cria e encarna personagens e histórias dando livre curso à imaginação.

Em similitude com a técnica narrativa presente nos Cantos, a criança mistura em si as vozes de autor, narrador e personagem, criando, interpretando e fazendo interpretar aos brinquedos/artefactos que manipula as visões e as histórias retiradas das páginas de Isidore Ducasse, dando-lhes tridimensionalidade e visibilidade plástica. O espectáculo é constituído pelo conjunto desses quadros/excertos, que se sucedem como canções mas encadeados uns nos outros, recorrendo à manipulação vídeo e à representação.

Como um mergulho no mundo terrível de Maldoror, povoado de caudas de peixe voadoras, de polvos alados, de homens com cabeça de pelicano, de cisnes carregando bigornas, de acoplamentos horrorosos, de naufrágios, de violações, de combates sem tréguas… Sai-se deste mundo por uma intervenção exterior, como quem acorda no meio de um pesadelo, como a criança que é chamada para o jantar a meio da brincadeira – sem epílogo, sem conclusão, sem continuação!

Intervenientes

Texto Original Isidore Ducasse dito Conde de Lautréamont;
Selecção, Versão Portuguesa e Adaptação Adolfo Luxúria Canibal;
Música Miguel Pedro, Vasco Vaz, António Rafael e Mão Morta;
Encenação António Durães;
Cenografia Pedro Tudela;
Figurinos Cláudia Ribeiro;
Vídeo Nuno Tudela;
Desenho de Luz Manuel Antunes;
Interpretação Mão Morta (Adolfo Luxúria Canibal – voz / Miguel Pedro – electrónica e bateria / António Rafael – teclados e xilofone / Sapo – guitarra / Vasco Vaz – guitarra e xilofone / Joana Longobardi – baixo e contrabaixo);
Produção Theatro Circo e IMETUA – Cooperativa Cultural

Dia 19 de Maio :: Mão Morta :: Os Cantos de Maldoror
Grande Auditório
Inicio 22.00h
Preço único 10 €

in CAEP

Portalegre - 7 Julho

Lydia Lunch :: Real Pornography


Apresentação Multimédia por Lydia Lunch.
Acompanhada pela música de Terry Edwards e Ian White.
A Arte-Vídeo de Marc Viaplana e Josep M Jordana.
Tradução simultânea bilingue em Francês, Alemão, Italiano ou Espanhol.

"Em época de mentiras universais, dizer a verdade é um acto revolucionário "
George Orwell


É uma performance multimédia que utiliza música improvisada e vídeo para dramatizar o poder da Palavra Falada.

Real Pornography explora a possibilidade de que a feroz resposta da Mãe Natureza à sua violação, com as recentes ondas de destruição e calamidades naturais, bem pode ser a retribuição para os pecados do Homem, que se recusa a reconhecer a maldade dos seus actos, projectando a sua doença, acusando outros dos mesmos crimes cometidos no falso nome da Democracia e da Liberdade.

Real Pornography examina o ciclo de abuso e dominação, onde os “pais” cruéis espalham medo e preconceitos, criando um pânico generalizado, onde a única rebelião possível que resta aos indivíduos é o reclamar da sua capacidade para o Prazer, que lhes foi roubada por loucos e maníacos, cuja dominação tirânica está a transformar o planeta num cenário de Guerra ensopado em sangue, cheio de morte e destruição.

Lydia Lunch têm uma carreira de já três décadas de confrontação, caracterizada por uma honestidade inflexível e um activismo inflexível na denúncia da cada vez maior Pornografia da realidade do nosso mundo.

Além dos seus muitos álbuns a solo, Lydia Lunch colaborou com inúmeros co-conspiradores, como Foetus, Thurston Moore, Sonic Youth, Rowland S. Howard/Birthday Party, Die Haut, Jim Coleman, Hubert Selby Jr., etc.

Músicos

Nos últimos 25 anos, Terry Edwards tocou trompete, guitarra e uma série de outros instrumentos com alguns dos mais conceituados artistas contemporâneos, como Barry Adamson, Billy Bragg, Gallon Drunk, PJ Harvey, Nick Cave, Robyn Hitchcock, Madness, etc. Gravou também inúmeras “John Peel Sessions”, na BBC, e andou em digressão com Tom Waits aquando do seu álbum temático “The Black Rider”.

Ian White toca percussão e tudo o que faz um barulho ensurdecedor há mais de 20 anos. É baterista dos Gallon Drunk, além de compositor de bandas sonoras para filmes e para a BBC.

Marc Viaplana & Josep M. Jordana, são respectivamente fotógrafo e artista de vídeo baseados em Barcelona, tendo já recebido inúmeros prémios e bolsas. Conspiraram também com variados músicos e com Lydia Lunch na realização de “Willing Victim”, DVD encomendado em 2003 pelo “Festival des Masochismus”, em Graz, na Áustria.

Dia 7 de Julho :: Lydia Lunch
Grande Auditório
Inicio 22.00h
Preço único 10 €

in CAEP