Próxima paragem...Algés

É uma verdade que o Festival Alive tem propostas interessantes, no entanto, e sujeito a ser alvo de arremessos indesejados, não me faz deslocar; os gurus Neil Young ou Bob Dylan respeito-os, mas não fazem o meu género...algumas das bandas que me poderiam interessar já as vi quase todas (National, Gogol, Hives, Gossip, CSS)...fica para outra oportunidade MGMT, Nouvelle Vague, Hercules and Love Affair e Spiritualized.

Contudo, a minha próxima paragem será no mesmo local...

19 Julho - Passeio Marítimo de Algés
Leonard Cohen

Ultimamente ando a recuperar algumas sonoridades que apenas tenho nas velhinhas K7's; sendo assim, o mote está dado...mais uns velhos conhecidos dos tempos em que andava de walkman...

Controlled Bleeding

Quem me conhece sabe a minha devoção, há muito, pelos alemães Einstürzende Neubauten; conheci-os por volta de 1988/89...arrastado pelos EN, descobri inúmeras propostas no universo experimental/industrial; hoje deixo aqui, pelos vistos, o único registo "tuboline", de um dos grupos que passei a consumir desde então...

Sprung Aus Den Wolken

Nostalgia II

Como é tempo de recordar...lembrei-me da minha primeira K7...uma magnífica TDK Ferro...acho que tinha 13 ou 14 anos, não sei ao certo...lembro-me sim, e muito bem, do quê...

"Strangeways, here we come" (1987).

The Smiths

Nostalgia I

Coimbra...1990; eu e um grupo de amigos andávamos loucos na altura com um grupo português...tínhamos de vê-los...Coimbra?!...4 horas de comboio....e lá estávamos nós...íamos ver Osso Exótico...que fariam a 1ªparte duma banda francesa (até ontem sempre pensei que fosse belga...)...de seu nome The Grief (não confundir com uns metaleiros norte-americanos!); as expectativas foram altamente superadas com a prestação de OssoE, mas o grande boom da noite foram mesmo os franceses ou belgas...o que seja; de regresso, metemos, desde logo, toda a comunidade vanguardista (designação corrente à data...) a trabalhar...face ao excelente oleamento da máquina, conseguimos uns vinis e umas cassetes gravadas...(as minhas estão no baú); passam os anos...anos...e anos.... nunca mais se ouve falar sobre The Grief; entra-se no mundo da internet e começo buscas e mais buscas...nada de nada...só aparecem os tais metaleiros...; nestes dias, e mais uma vez com auxílio, neste caso outras amigas (R e LM), eis que se descobre o myspace dos ditos e um disco na net...fiquei como um puto maravilhado quando lhe dão a 1ª bola...partilho convosco uma das músicas...

The Grief (França)

PdC

Com as confirmações já existentes e ainda a faltar algumas bandas, o meu destaque para Paredes de Coura/08 vai para o que realmente eu gostaria de ver...

Sex Pistols e Primal Scream - pelo que já representaram para mim há uns "anitos" atrás...

dEUS - devoção que vem dos tempos mais remotos...

The Mars Volta - acredito que vai ser emblemático...

Au Revoir Simone - uma das melhores descobertas há dois anos! Ei-las aqui:

Dica...

A próxima sugestão foi uma dica do meu amigo Vik...gostei tanto que tenho de plagiar o post...
Sam Sparro

Eterno...

Decorria o ano de 1980, Ian Curtis suicidou-se...aos 23 anos...
...faz hoje 28 anos...

Apesar da curta carreira, os Joy Division marcaram o futuro da música independente;
uma ou duas gerações invocam quer a banda quer o seu líder como influência mais que determinante nos seus percursos artísticos e/ou de vida...eu não fujo a essa regra...tks!

Q

Cirque du Soleil

"QUIDAM"

Ontem a música esteve em segundo plano.
A execução dos profissionais, a cenografia, as coreografias e o argumento - muito bom.
A banda de suporte bem oleada, bebendo aqui e ali influência balcânica.
Valeu a pena, contudo no que somente diz respeito às artes circenses esperava mais diversidade e, principalmente, mais originalidade.

2 discos para o fds

Hagalaz' Runedance - frigga's web 2004


Omnia - alive 2007

Posto de escuta

The Last Shadow Puppets - The Age of the Understatement (ep) 2008


Willard Grant Conspiracy - Pilgrim Road 2008

do além...

Sábado 10/05/2008
Aula Magna - Lisboa
Diamanda Galás

80 minutos de pura hipnose vocal...voz limpa e muito limpa, rouca e muito rouca, arrastada e muito arrastada, cavernosa e muito cavernosa, doce e muito doce, assombrosa e muito assombrosa, grave e muito grave, aguda e muito aguda...tudo o que diferentes vozes conseguem alcançar isoladamente, Diamanda Galás fá-lo de forma simples, sem aparente esforço e somente com o auxílio, a espaços, de uns goles de água...
Vestida de negro de alto a baixo, a cantora norte-americana, apresentou o último disco Guilty, Guilty, Guilty, acompanhada do piano; ora fantasmagórica ora ternurenta, a capacidade vocal de DG não deixou ninguém indiferente; quando se pensava que iria baixar de tom, mantinha-o por infinitos segundos ou aumentava-o mais chegando a registos em que o ouvido normal se pode ressentir...
...a carga teatral entregue e as canções perturbantes e avassaladoras, resultaram em três encores e respectivas ovações em pé...
...quando se pensa que já se ouviu quase de tudo, que não há mais limites para se ultrapassarem, o registo da noite passada confirmou todas as expectativas que perduraram durante 20 anos na minha mente...é mesmo como nos discos e nas velhas cassetes que oiço desde 1988...não há efeitos plásticos nem artimanhas de botões...a mulher canta mesmo assim!!
Bestialmente assombroso!!

...e foi assim...

Previamente à entrada em palco dos Einstürzende Neubauten, assistimos a cerca de 20 minutos de pura criação noise-experimental sob o comando de Tore Honore Boe; dezenas/centenas de sons, ruídos, melodias hipnóticas retiradas duma caixa amplificada e...enigmática...o que era aquilo, afinal??

Com uma plateia altamente disciplinada, como vem sendo hábito, e elogiada pelo próprio Blixa, decorreram 15 minutos de troca de palavras, de cigarros e últimas afinações...sim, afinações, porque também existem guitarras...se bem que, a título de curiosidade, o baixo eléctrico seja por vezes tocado com as cordas completamente largas...depois a infinidade de "instrumentos" que já conhecemos da mítica banda germânica...megafone, cabos de aço, redes metálicas, berbequim, tubos de canalizações metálicos e de pvc, vibradores, chapas de zinco/metal, ventoinhas em forma de disco de vinil aplicadas de forma diversa, motores em rotação, ora pinçados suavemente ora com maior agressividade, rádios dessintonizados, talheres em forma de cascata, bidões de plástico....etc...etc...a plena criatividade em êxtase!
É sempre uma experiência única vivenciar Einstürzende Neubauten...
Para apresentar o último disco de originais, "Alles Wieder Offen", o colectivo alemão surge em palco qual personagens de uma BD ou de um filme negro de série B; de facto, ao entrarmos no universo Neubauten penetramos num mundo "desconhecido e paralelo"; uma tipificação demasiadamente original onde cada um faz o todo...olhamos e vemos um enigmático e psicótico Blixa Bargeld como frontman, um extravagante Alexander Hacke a marcar toda a linha de baixo que caracteriza EN, um N.U. Unruh que parece que despiu o colete de forças nas mais variadas funções de ruídos, um Jochen Arbeit saído à pressa de um bar de strip para arranhar a guitarra, um Rudi Moser playboy ao serviço de todo o tipo e forma de percussão e por fim um teclista convidado apanhado à pressa entre a espera de um autocarro e um número de ilusionismo qualquer num circo de 3ª categoria...
O vedetismo não entra nestes senhores...considerados por muitos, de forma unânime, como a banda mais emblemática da música experimental/industrial a fácil, simples e sincera comunicação com o público é uma evidência.
Caos versus Silêncio...é de facto, talvez, a melhor forma de caracterizar um concerto de EN; muito mais comedidos e menos ruidosos que outrora, as músicas levitam ora em melodias harmoniosas que dão vontade de sonhar ora em explosões apocalípticas onde a vontade de gritar é muita; percorrido todo o novo disco, com dois encores à mistura, ainda deu tempo de ir recuperar sonoridades mais antigas como "Sabrina" ou "Dead Friends"; interessante...o jogo DAVE - um saco com N cartões onde cada um tira instruções sobre o que há-de fazer......ao acaso...improvisando....assim assistimos à criação de mais um original de EN...
Ficamos à espera do concerto de comemoração dos 30 anos de carreira...faltam só dois anos...

Einstürzende Neubauten - Dead Friends
(04/05/08 Aula Magna)

Einstürzende Neubauten - Let's do it a dada,...
(04/05/08 Aula Magna)

Einstürzende Neubauten - Nagorny Karabach
(04/05/08 Aula Magna)